Olá e sejam bem vindos ao nosso blog! Como o próprio nome já
indica, traremos alguns assuntos (principalmente pautados no saber psicológico)
de forma descomplicada para a população em geral, trazendo inclusive algumas
experiências de campo como sugestão e a fim de exemplificar como lidar com
algumas situações. O tema do primeiro post dentro da série “Descomplicando o
papel do psicólogo no serviço público” será “Descomplicando o papel do
psicólogo no CRAS”. E o que seria essa sigla? O que ela representa pra população?
Primeiramente, CRAS significa Centro de referência de
Assistência Social, e antes de sugerir de modo mais incisivo sobre como o
psicólogo atua nesse campo, além das várias possibilidades que ele proporciona,
destacar o papel do CRAS na sociedade já viabiliza uma ideia geral do que os
funcionários desta instituição fazem pela comunidade. O propósito global do
CRAS envolve promover ações que objetivem o desenvolvimento local,
principalmente com relação à população menos favorecida, desenvolvendo
estratégias que minimizem qualquer tipo de violação dos diretos básicos do
cidadão (alimentação, saúde e educação) e priorizem a promoção de uma vida de
qualidade para essas pessoas.
Se você é uma das inúmeras pessoas que imagina o psicólogo
dentro de um consultório fazendo terapia, e imagina que pode chegar no CRAS e
solicitar acompanhamento psicológico, vamos começar a abrir os seus horizontes.
A princípio, é preciso desmitificar a visão clínica e isolada entre quatro
paredes que comumente o psicólogo carrega. Primeiro porque sabe-se que essa não
é a única forma de atuação desse profissional, e segundo, porque no CRAS ele é um técnico de referência, cargo que pode ser ocupado também por
um assistente social. Mas, isso não exclui o fato de que o psicólogo pode
utilizar de suas habilidades em situações que outros profissionais talvez
reagissem de forma diferente.
Dentro desse contexto o psicólogo em conjunto com o
assistente social, busca atender a esse público através de visitas,
encaminhamentos (para outros serviços, como CAPS, serviços de saúde, educação,
etc.), e ações voltadas ao público (palestras, encontros, eventos, oficinas,
rodas de conversa, passeatas, e o que for necessário para atingir a grupos
específicos a depender do objetivo da atividade).
Os meios utilizados em geral são semelhantes em CRAS’s de
todo o Brasil, entretanto, essa é uma área muito flexível de atuação, e vai de
cada profissional visualizar como modificar práticas (como uso de drogas,
negligência com idosos, evasão escolar...) que apesar de serem perfil de outros
setores (como o CREAS e a secretaria de educação do município), atingem a
população perfil do CRAS e trazem outras consequências danosas para a
comunidade. Uma dica é sempre se utilizar de articulação de rede, trabalhando
políticas conjuntas com outros setores e consequentemente atingindo resultados
mais significativos.
Descomplicar o papel do psicólogo no CRAS implica em deixar
um pouco de lado os aspectos legislativos que inserem essa categoria no campo
da assistência social. Entretanto, para os interessados em maiores detalhes, segue
abaixo do post o link do Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas
Públicas (CREPOP) com as Referências Técnicas para a atuação do(a) psicólogo
(a) no CRAS/SUAS, e um texto bem didático de Silva e Corgozinho (2011). Em
ambas, além de um panorama geral sobre o assunto, também é possível encontrar
informações acerca do Plano Nacional de Assistência Social.
Espero ter alcançado o objetivo de dar um panorama sobre o
que o psicólogo pode fazer no CRAS e estou aberta a críticas e sugestões.
Outros descomplicando’s estão por vir! Aguardem!